Grande Entrevista com está Maléfica Horda Mórbida Escuridão
1 - Primeiramente muito obrigado por aceita convite do 'Metal Negro América do Sul", pra nois da M.N.A.S e um honra.
Conte em suas palavras como foi formado o "Mórbida Escuridão", e quais são as influências músicas horda?
Mórbida Escuridão: Eu é que agradeço imensamente a oportunidade
Não são muitos portais que dão visibilidade a projetos novos ainda mais vindo de um lugar tão distante do país.
Então, o MÓRBIDA ESCURIDÃO surgiu da minha vontade de fazer um black metal mais pessoal e livre de influência de outros estilos com o Black Thrash/Speed que eu já tocava na minha outra banda MAL ENCARNADO.
Essa vontade aliada a necessidade de aprender a gravar, a falta de músicos para o estilo e uma certa revolta com os rumos que o metal tem tomado nas diferentes cenas do brasil foi o que me fez juntar os recursos precários que eu tinha e começar a compor e a gravar totalmente sozinho o primeiro lançamento desse projeto. Ele é algo bem pessoal e exprime de forma honesta todos os meus erros acertos no caminho.
A essa altura as referências eram bem claras pra mim, se eu pudesse citar algumas nomes que me influenciaram aqui diria que são hordas como Mgła, Drudkh, Clandestine Blaze, Drowning the light entre outras.
2- Como está sendo a aceitação do debut lançamento "Mórbida Escuridão", você está satisfeito com divulgação em várias plataformas, redes sociais?
Mórbida Escuridão: Posso dizer que estou satisfeito com a recepção e com o retorno que recebi após o lançamento do primeiro álbum.
Desde o início eu sabia exatamente como queria soar e a estética músical que queria imprimir nesse projeto, porém dada as minhas limitações técnicas em relação a pouca experiência com gravação somado aos recursos limitados que eu dispunha não sabia se conseguiria atingir o resultado.
Com o decorrer do processo de gravação e após o lançamento, posso crer que consegui exprimir exatamente o que queria. Tive um retorno bastante positivo e estou satisfeito com a distribuição do disco nas plataformas digitais embora a prioridade desse projeto seja o lançamento físico.
3- Qual é a sua visão ideológica da horda, e o que pensa respeito do Satanismo?
Mórbida Escuridão: O satanismo e as artes ocultas sempre foram e sempre serão pilares ideológicos e filosóficos fundamentais na arte extrema principalmente se forem levados de forma real e não alegórica como muitas bandas o fazem.
Porém é necessário observar que justamente esse satanismo alegórico hoje já é muito praticado por estilos e artistas que passam longe do Black Metal e de qualquer arte considerada extrema e usado unicamente como forma de comércio e afronta rasa. Esse motivo aliado ao fato da minha outra banda já ser essencialmente satânica fizeram eu me distanciar um pouco do satanismo nesse projeto.
No Mórbida Escuridão resolvi me aproximar mais de temas como o culto a ancestralidade. Um retorno as raizes primitivas da consciência humana e temas mais existencialistas, um certo ocultismo mais transcendental ligado a escuridão interna do homem. Talvez exista algo de filósofos com Evola ou Cioran, já me disseram que há Nietzsche mas eu discordo.
Existe apenas uma mensação a satã em todo o disco.
4- Qual sua opinião sobre plataformas e redes sociais, você concordar que isso ajuda ou você acha que a internet trouxe mais benefício, ou prejuízos ao underground?
Mórbida Escuridão: Acredito que tudo tem seus prós e contras.
É inegável que as mídias sociais e plataformas digitais facilitaram muito o compartilhamento de materiais e informações. Ajudou muito a aproximar indivíduos com ideologias e gostos parecidos e pode servir como uma grande ferramenta de organização do underground em suas diversas cenas.
Porém também facilitou a alienação e inércia daqules que não tem relação sólida e real com o estilo.
Também faz com que em apenas um clique bandas que usam de forma falsa e forçada temas políticos, recursos de humor ou msm genéricas ganhem notoriedade muito mais rápido que bandas boas e honestas que por algum motivo não tem uma influência muito forte nas redes sociais.
Plataformas digitais são ótimas pra uma divulgação rápida e pra atender esse anseio de que "se você não está no spotfy ou deezer você não existe" afinal tem-se a ideia de que "esse é o meio por onde as pessoas consomem música hoje em dia".
Por outro lado essas grandes corporações repassam centavos aos artistas independentes.
Ao meu ver o ideal é buscar os meios mais independentes de atingir seu público e comercializar sua arte da forma mais direta possível.
5- Diga um título ou frase de uma música da horda que feche um pouco com os idėias de você?
Mórbida Escuridão: É um pouco difícil definir a filósofia do MÓRBIDA ESCURIDÃO em apenas um trecho mas um que me vem à cabeça quando penso no sentido de retorno as raízes pela busca da escuridão interna
É um trecho da música Amalgam of all aberrations, que diz
"In eternal war rise the human spirit
For in the total darkness
Become and burn in own light"
"Na guerra eterna erguer o espirito humano pra na escuridão total se tornar e queimar na própria luz"
Resume um pouco do que é buscar um meio de trasncender as mediocridades humanas frente ao campo de guerra ideológico caótico que é o mundo moderno.
6- Como você define o som da Mórbida Escuridão, e que o inspirou a batizar a horda com este nome?
Mórbida Escuridão: Até agora eu não soube exatamente como definir o black metal do Mórbida Escuridão.
Tem elementos atmosféricos e frios e a crueza do Raw Black.
Riffs mais "melódicos" intercalados com a agressividade da cozinha e dos vocais.
Há passagens arrastadas que lembram Dsbm. E um final composto de sons bineurais que induzem um relaxamento e viagens astrais fazendo referência a música Ambient.
São influências pessoais que quis somar a obra mas que não a definem como um todo. Eu chamo de Balck Metal apenas. creio que cabe aos ouvintes definir de forma pessoal como o projeto soa.
Escolhi o nome mórbida escuridão por que expressa bem a filosófia que queria exprimir, ligada as trevas internas e ao pensamento de que o mundo que vivemos em algum momento irá voltar a escuridão e nessa escuridão, livres das prisões mentais do mundo moderno o ser humano poderá voltar a sua verdadeira raiz mais primal e profunda.
De início alguns amigos não gostaram muito do nome e até preferiam Escuridão Mórbida. Mas tinha algo na fonética de mórbida escuridão que me atraía bem mais então decidi deixar assim.
7- Quais planos da Mórbida Escuridão para futuro próximo?
Mórbida Escuridão: Os planos pro futuro são muitos
Espero conseguir lançar esse debut em mídia física, mesmo que em tiragem reduzida.
Formar parceria com guerreiros que tem alguma proximidade com o trabalho e quem sabe formar a banda física mesmo que pra tocar em eventos bem restritos e selecionados. Apesar da dificuldade por conta da distância dos grandes centros ainda espero ver o MÓRBIDA nos palcos.
Em breve começo a trabalhar nos próximos lançamentos.
A ideia é sempre tentar continuar em frente independente das dificuldades.
8- Como é cena extrema de sua região?
Mórbida Escuridão: Aqui no interior Bragantino existe uma cena pequena porém até bem comprometida que sempre aparece pra prestigiar os eventos. algumas bandas bem reconhecidas do underground nacional já passaram por aqui
apesar da cena em geral ser pouco voltada para o Metal Extremo e ser muito mais ligada ao Heavy Metal e Punk.
São pouquíssimos os guerreiros que apreciam o underground mais profundo e sonoridades extremas aqui na região
Assim como há pouquíssimos músicos pra tocar metal em geral.
A cena daqui é meio que um reflexo menor do resto do Pará e de varias cenas do interior do Brasil. As dificuldades de se fazer metal de qualquer forma aqui são gigantescas (ainda mais Black Metal) e de conseguir alguma visibilidade também
Mas a vontade de fazer música extrema e de espalhar a praga é sempre maior que as adversidades.
9- Para finalizar, deixe tuas palavras aos guerreiros (as), da nossa cena underground e, muito obrigado pela entrevista, vida longa Mórbida Escuridão.
Mórbida Escuridão: Por fim gostaria de agradecer mais uma vez a galera foda do Metal negro América do sul pela oportunidade.
Agradeço também todo o apoio dos amigos e pessoas que acreditaram nesse trabalho até aqui. Vocês sabem quem são !
Se posso dizer algo aos hellbangers que lerem essa entrevista seria
levar sempre o estilo a SÉRIO e o RESPEITAREM.
Black metal e arte profana são caminhos filosóficos acima de tudo, acima das convenções, trejeitos, poses etc.
Se tiverem vontade real de fazer música extrema, FAÇAM !!!
não esperem pelos outros ou por "cena".
Se aprofundem o máximo possível no underground, garimpem as hordas mais obscuras, desconhecidas e odiosas
esqueça as linhas A e B do underground convencional que a dita mídia especializada ($$$) vende.
Comprem matérias e vão a eventos de bandas que vcs respeitam.
Boicote total a cristãos, roqueiros de fim de semana e toda sorte de posers que permeiam o metal extremo !!!
Infernal hails !!!
É isso, muito obrigado a todos.